Falar sobre comida
envolve decoração, amigos, família, fotografia e, principalmente, viagens. E de
uns tempos para cá a vontade de reviver a experiência de uma viagem tem sido
mais eficaz com comida - que acaba, mas traz sensações mais intensas do que os objetos,
que ficam na estante mas não dão sabor a uma história. E foi por isso que
escrever sobre o meu fetiche por trazer o que comi nos lugares que eu visito me
pareceu um bom jeito de me apresentar.
Há um ano eu visitei a
pequena cidade de Rijeka, na Croácia, e em uma caminhada noturna me deparei com
a seguinte placa: Bonbonniere Kras Choco Bar. Subindo a escadaria a promessa se
cumpria: um lugar de decoração modernosa e rebuscada cujo cardápio inteiro era
de chocolate, com direito a fonte chocolate no balcão.
A Kras, fabricante
autenticamente croata, pode ser comparada à nossa Garoto. Mas vamos ao que
interessa: eu estava em um choco bar! O garçon me garantiu que a experiência
regional seria tomar um Bajadera (3 camadas de nougat escuro e claro para tomar
de colher). Uma bomba doce, servida morna em xícara de vidro, que eu comi
lentamente com aquela sensação única de prazer e culpa. Algo que logo me fez
lembrar de uma grande amiga chocólatra e parceira no crime.
Os quarenta minutos que
passei na fila da Pierre Hermé em Paris, para comprar os lendários macarons
(que duraram menos de cinco), foram revividos pelos menos 20 vezes, graças a um
pote de caramelos que trouxe de lá. Comer aquilo com um café era como sentar na
praça da igreja em frente à loja junto aos japoneses que esperaram tanto quanto
eu para provar um sabor inesquecível, e caro.
Já a Tieta amanteigada,
biscoito salgadinho e crocante com sabor que faz jus ao nome, é o que trago
para servir aos amigos e contar sobre a calmaria das praias de Tibau do Sul e
Madeiro, que antecedem o furdunço turístico de Pipa - RN.
Por sorte o croata
Bajadera, que tinha tudo para se tornar uma memória distante, é na verdade um
bombom tradicional e talvez o mais popular da Kras, vendido em embalagens de
vários tamanhos. O que me possibilitou dividir essa história com muitos
queridos mais de 20 vezes, e a preço popular.
Comer bem pra mim é,
entre tantas coisas, poder compartilhar a experiência com alguém. A Ana e a
Bárbara, que adoram quando ofereço uma comida e explico como e de onde ela
surgiu, me convenceram que juntar isso com o prazer em fotografar dava um post. E já que deu certo, vou aceitar o convite e aparecer de vez em quando
para falar sobre três coisas que eu gosto tanto: comer, passear e fotografar.
Por: Lucas Fonseca
Lucas Fonseca é fotógrafo e um dos donos da Flare Fotografia. Apaixonado por comer com prazer, compartilha suas experiências no Buji às sextas-feiras.
Lucas Fonseca é fotógrafo e um dos donos da Flare Fotografia. Apaixonado por comer com prazer, compartilha suas experiências no Buji às sextas-feiras.
Sou fã!!
ResponderExcluir<3
Amor! ❤️
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